A análise do discurso sonoro do vídeo institucional da candidatura do Rio de Janeiro a sede das Olimpíadas de 2016 sugere que, para uma mesma cena, pode-se corelacionar sons diegéticos e não diegéticos. A trilha sonora vai sendo composta a partir da repetição de elementos sonoros do cotidiano carioca. Os sons que remetem a práticas esportivas (corrida, natação, vôlei) são mixados ao barulho da natureza (vento, ondas do mar) e do trânsito da cidade (apito dos guardas, buzina de automóveis). Cada cena apresenta sons diegéticos sincronizados com os elementos que os produziriam. Enquanto as imagens vão se sucedendo, alguns sons anteriores se acumulam formando uma melodia classificada como não diegética. Durante quase todo vídeo, esses diferentes ruídos vão compor o arranjo musical para a música “Cidade Maravilhosa”. Esta é cantada por múltiplas vozes (predominantemente em off screen) e pode ser classificada como diegética, não diegética ou ambas, dependendo do fragmento analisado. Geralmente, nas imagens onde se percebe uma maior concentração de pessoas, o tom musical se transforma com a introdução de diversas outras vozes. A canção toma forma imagética na cena que mostra uma roda de samba; nesse caso, tem-se um quadro essencialmente diagético on screen. Um recurso bastante utilizado no vídeo é a simulação de audição seletiva, ou seja, em certas cenas alguns ruídos têm o seu volume ampliado para corresponder com o movimento das imagens.
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