Título: Sufocada
Bruno Piola (RA: 830542)
Letícia Andrade (RA: 830658)
Zara Mokhtari era a típica menina que nascera no lugar errado para tudo que prometia. Dona de uma mente brilhante e raciocínio absurdamente rápido, seria a criança exemplar em qualquer país europeu ou nos Estados Unidos. Aos quatro anos, Zara já conseguia ler textos longos e de complexidade considerável para uma criança, e só por isso ela seria alvo de jornais, revistas e vista como a menina dos olhos de muitas universidades. Mas Zara não é européia, e muito menos americana. Zara era afegã, e seu pior pecado era ter nascido mulher.
Seu pai, um dos líderes do grupo político Talebã nos anos 1990, era o responsável por uma das funções de maior prestígio no país: confisco de material infiel e de oposição ao governo. No porão da casa de Zara, uma simples casinha localizada em um bairro central de Cabul, as revistas estrangeiras e jornais opositores se acumulavam no chão, juntando traças e poeira.
Mesmo sendo proibida de simplesmente folhear o material, Zara se aventurava sempre que o pai saía para trabalhar. Com o tempo, aprendeu a ler inglês. É aí que um repórter, Bob Jones, vem morar na casa de Zara para fazer uma reportagem sobre a vida de uma família afegã típica. Um dia, ele flagra Zara lendo a revista People (dos Estados Unidos), e a fotografa. Um dia, ele vai embora, e publica a foto, que corre o mundo e faz a pequena Zara extremamente famosa. Eventualmente, a notícia chega na casa de Zara, que deixa seu pai, Hasan, furioso. A menina foge com medo do pai matá-la. Ela entra em contato com o repórter (ele lhe havia dado seu telefone) e ele volta para o Afeganistão. Bob, compadecido do sofrimento e percebendo que o país não é lugar para ela, tenta tirá-la no país. O pai a encontra, mas é tarde demais: eles escapam, no último minuto, para a Índia: é o começo da liberdade de Zahra. Ou não?
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