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Laís Modelli
Pássaros cantando, despertadores prestes a tocar, o vento soprando na janela. Assim começa o filme "Mais estranho que a ficção", de Marc Foster. Mais que estética, essa paisagem sonora avisa o espectador e o próprio personagem do filme que já é manhã. O relógio do personagem apita, sinalizando que é hora de acordar. Além de ser um som Diegético, pois o personagem pode ouvi-lo, esse som também é on screen, já que o som é personificado, a figura do relógio também está lá. Logo em seguida, o som dos ruídos é substituído pela voz da narradora do filme. Durante toda a cena, a narradora se faz onisciente: ela não participa da trama, mas sabe de tudo aquilo que acontece com o personagem. Esse som caracteriza-se por ser Não diegético e off screen, já que o personagem não pode ouvir a narração e não aparece a figura da narradora. E o jogo de Diegético misturado com Não Diegético persiste ao longo da cena: ao mesmo tempo que a narração off screen continua, imperceptivel aos ouvidos do personagem, acontecem sons do cotidiano do personagem, como o barulho da escova de dente roçando nos dentes do personagem, o som dos carros passando na rua, do elevador chegando no piso e assim por diante. Vale lembrar que são todos on screen, uma vez que a escova, os carros, etc, estão na cena. A trilha sonora começa somente quando a cena alcança os 50s, contribuindo para o som Não Diegético.
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