Mariana Zaia e Olavo Barros
Menina Myra, 10 anos.
Ancara, Turquia.
Era 6 horas quando o despertador tocou. Levantei, ainda meio atordoado e pensei que as coisas não mais seriam como antes. Saí do banho, acendi um cigarros e saí daquele pequeno quarto. “Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, não é assim que dizem? Após um rápido café na cozinha do hotel, daqueles tipo ‘tapa-buraco que dava para me sustentar por umas 2 horas, parti para o centro de Ancara. A província turca era cheia de mistérios e peculiaridades. O bonito estava ao lado do feio e a fortuna a lado da miséria. Nada tão fascinante como o contraste. Enfim, estava no centro. Novamente, no meio de contrastes. Observava o comércio e pensava “como podia tanto brilho em uma ambiente tão infértil e sem cor? De onde vinha aquela beleza intocável e inexplicável? Ainda não sei! E tinha receio de não saber como traduzir em uma lente objetiva tudo o que sentia naquele momento, naquele lugar. Era tanta informação e eu estava atrás de uma síntese. Ao olhar pelas ruelas do comércio, avistei uma pequena menina. Atendia pelo nome de Myra. Tinha não mais que dez anos. Dez anos de amargurada e de esperança. Era feliz, mas tinha lágrimas ao redor dos olhos. Era brilhante e estava num cenário fosco, sem vida. Vi Myra, encontrei Ancara. Vi a menina, cliquei. Ela traduzia o que eu sentia.
terça-feira, 30 de março de 2010
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