Por Laís Modelli RA: 830828
Ele não se preocupa com a criação de personagens, ele apenas busca-os. Assim é o documentário de Eduardo Coutinho, Edifício Master. A exemplo do que Gay Talese fez em seu livro sobre perfis de pessoas reais, tendo como ponto de partida a cidade de Nova York, Coutinho tem no decadente Edifício de Copacabana o ponto de união desses perfis. No making off podemos ver que o documentarista percorre os corredores do prédio batendo de porta em porta. Aliás, sua produtora o faz em busca da autorização do morador. A produtora conversa, explica o que está acontecendo e o que pretendem com a gravação. Uma vez aprovada a conversa pelo morador, entra em cena Coutinho, que participa de toda a filmagem, conversando com o personagem, sem aparecer nas cenas, já que a câmera está posicionada ao seu lado. O making off do documentário, no entanto, mostra que não é tão simples assim gravar o Edifício Master. Uma vez dada a carta branca para a conversa, o trabalho da produção só está começando: é preciso saber posicionar a câmera, é preciso fazer o personagem contar suas histórias, é preciso saber escolher os personagens. Gravar o documentário é tão complexo que, no começo do making off, parece que Coutinho escolheu o cenário errado. Os moradores estão muito desconfiados e os que mostram seus rostos não tinham boas histórias. Começamos a ver, no making off, o bonito Edifício Master se formar quando o diretor passa a ser uma figura confiável dentro do prédio, deixando seus personagens mais a vontade. O diferencial do documentário de Coutinho é saber reconhecer quando o real parece ficção.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
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