terça-feira, 1 de junho de 2010

Making off – Edifício Master

Ana Carolina Lorencetti Chica RA: 830501


Making off – Edifício Master



A partir dos pontos propostos por Trisha Das para a elaboração de um documentário, pode-se estabelecer várias semelhanças com o making off do Edifício Master, do diretor Eduardo Coutinho.
No documentário produzido, o tema principal deixa de ser o edifício Master em si, centrando-se nas dificuldades da gravação – na busca pelos personagens ideais, pela melhor história, pelo melhor posicionamento da câmera. Este making off poderia ser dividido em duas partes: a primeira, mais pessimista, revela os transtornos pelos quais a equipe passou – ausência de interessados em participar, desconfiança dos moradores quanto aos seus objetivos, falta de boas histórias para contar - como se o diretor tivesse perdido o controle sobre sua produção, procurando desesperadamente uma pauta que não se adequava àquele local.
As dificuldades são centradas no membro principal da equipe, o diretor Eduardo Coutinho, que por diversas vezes mostra-se inseguro e desacreditado do sucesso de seu projeto. O método de produção de Coutinho é caótico, desordenado: ele procura a pauta no momento em que já deveria estar executando-a, e isso confere uma dúvida para o telespectador se o trabalho realmente ficará bom ou se será um fracasso. O maior medo do diretor é o de cair na mediocridade, na narração de histórias comuns, de personagens medianos, que nada acrescentariam para aqueles que fossem assistir.
Na segunda parte do documentário pode-se ver o resultado dos esforços da equipe: o êxito em conseguir personagens interessantes muda o clima das gravações, deixando-os mais confiantes no trabalho que estão realizando. O diretor, então, retoma o controle daquilo que está produzindo, ganha a confiança dos entrevistados e isto é crucial para que estes tenham liberdade para se expor. O documentário vai tomando forma, ganha movimento a partir do momento em que mescla depoimentos, conversas e discussões entre os membros da equipe com cenas do momento das gravações e os posteriores comentários sobre o conteúdo obtido. Coutinho busca não só histórias reais, factuais, mas sim histórias peculiares, diferentes e até mesmo únicas. Neste ponto o diretor procura o ficcional dentro da realidade, recontando histórias que poderiam perfeitamente ter saído de um livro, tamanho o envolvimento e a densidade que as conversas com os entrevistados possuem. A credibilidade do diretor é uma importante ferramenta de motivação para o resto da equipe, que tenta, a todo momento, melhorar o que já havia sido feito e buscar uma nova fonte, uma nova entrevista. Deste modo, sem cair na monotonia e mostrando-se flexível às dificuldades que surgem, o documentário repete uma velha fórmula – um começo com contratempos, uma reação vinda de trabalho árduo e um final feliz – sem por isso deixar de ser interessante e de prender a atenção do telespectador até o fim.

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