Documentário “Edifício Master” e análise “How to write a documentary script”
Relacionando a produção do making of de “Edifício Master”, de Eduardo Coutinho, com a análise de Trisha Das, é possível apontar os tópicos propostos por Trisha, na prática. O documentário em questão tem o Edifício como personagem central, constituído de histórias pessoais dos diversos entrevistados, que também se relacionam com a obra na forma de personagens. Isso porque a temática, segundo Das, muda de acordo com o que está sendo mostrado, contado. Dessa forma, a intimidade dos moradores representa o tema.
Além de discorrer sobre temática, o texto também toca no ponto da limitação da produção audiovisual. O gênero documental permite a flexibilidade de uma maior dinâmica de edição, sem restrições de gravação com aplicação de roteiro. Porém na edição, o controle é exercido na forma da escolha das cenas, para a adequação à idéia.
Para a produção do “Edifício Master”, a equipe de Coutinho viveu no Edifício por alguns dias, para que ocorresse certa correspondência entre os entrevistados e a equipe, e assim familiarizados as entrevistas seriam mais intimistas e com o teor dramático adequado para o projeto. Apesar da personalização, todas as histórias são reais, o que confere credibilidade ao documentário.
Então, entrelaçando a crítica de Trisha, “How to write a documentary script”, com o que o making of revela da produção do documentário é que sem dúvidas, a credibilidade é a peça chave do documentário. Caso contrário, a representação do audiovisual seria classificada em outro gênero, que utilize o artifício ficcional.
Em termos de tema, ele se molda a cada conversa, cada entrevista, cada silêncio que está na obra. Ele permeia a pessoalidade dos personagens e a coletiva deles, na relação de moradores do mesmo prédio. Logo, a forma é mais importante que a fórmula, pois ao contrário do cinema, com algumas exceções, os documentários levam uma idéia, geralmente proposta por um idealizador, o que é representada pela forma que a obra toma, e não pela fórmula que ela se baseou.
A credibilidade alcançada pela intimidade conquistada com os personagens afirma a veracidade do tema, que é a relação dos moradores protagonistas com o prédio, com outros moradores e suas histórias de vida. A flexibilidade pode ser notada na forma com que Coutinho levou a produção, sem se preocupar com a pressão de tempo, para que o material colhido fosse exatamente o que ele precisava. E mesmo com câmeras fixas, entrevistas reflexivas e pontuadas por silêncio, o documentário leva o movimento e a ação contidos dentro da temática proposta.
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